Luís Kandjimbo, nasceu na província de Benguela, em 1960. Foi nesta cidade onde fez os estudos primários e o Ciclo Preparatório. Na década de 80 estabeleceu residência na cidade do Lubango onde frequentou o Curso Pré-Universitário de Ciências Sociais no Instituto Médio Friederich Engels que, depois de concluído, levou-o a mudar-se para a cidade de Luanda, onde se licenciou em Direito, e passou a exercer a função de advogado. No ano de 2001, é indicado para Adido Cultural da embaixada angolana em Portugal, onde voltou a licenciar-se na Universidade Aberta na especialidade de Letras Modernas e Literatura, estando neste momento a concluir o mestrado em Estudos Literários na Universidade Moderna de Lisboa. Vive actualmente em Luanda, juntamente com a esposa e filhos. Desempenha no governo saído das últimas eleições o cargo de vice-Ministro da cultura.
Luís Kandjimbo é o que se pode chamar de uma personalidade versátil, critica, inovadora e um verdadeiro e assumido activista cultural no panorama da Literatura Angola. Artífice da Brigada Jovem de Literatura da Huíla e da tendência literária "Ohandaji, que proclamava uma "ruptura" com os cânones da literatura angolana então vigente, foi animador, em Luanda, de um programa televisivo sobre literatura.
É membro da União dos Escritores Angolanos e da Associação dos Escritores africanos baseada em Paris. É de destacar a sua notável contribuição na disseminação da literatura angolana em revistas estrangeiras em países como a Alemanha, Áustria, Estados Unidos da América, Nigéria, Portugal, apenas para citar alguns. Publicou os seguintes livros:
- Apuros de Vigília (1988)
- Apologia de Kalitangui (1997)
- A Estrada da Secura (1997) com o qual obteve uma menção honrosa no concurso sonangol de literatura de 1997;
- O Noctívago e Outras Estórias de um Benguelense (2000)
- De Vagares a Vestígios (poesia)
- Ideogramas de Nganji (2003)
Poema extraído "De vagares
A vestígios"
VAGARES DA MARÉ
A mágoa insidiosa
Peregrina na noite ambulante
Das marés vagarosas da baía
Tanta ou pouca luz
Molha o dorso moribundo da baía
No céu isolado
Anda o luar envelhecido
Com a noite antiga
Nos dias abundantes
Vigia uma ternura
Dilacerando a cidade
Excertos da Apologia a Kalitangui
"A partir da década de 60, a actividade literária dos angolanos impunha a intervenção de um discurso crítico capaz de sustentar a originalidade dos textos que até ai tinham sido publicados e dos textos orais de que se vinha tendo conhecimento. Esse imperativo tinha em Mário Pinto de Andrade um dos mais qualificados e melhores expoentes que, desde os anos 50, assumiu o pioneirismo da divulgação da literatura angolana, produzindo concomitantemente uma teorização substantiva. Já em l95l, num trabalho ensaístico, Mário Pinto de Andrade levantava "O problema de uma cultura angolana seguindo de um esquema que era, contudo, estranho à maioria dos colaboradores da revista (Mensagem) " ( Mário António, l96l). Tratava-se de um texto em que abordava a problemática das línguas bantu. O ensaísta português Alfredo Margarido aderia à causa das literaturas africanas nessa década. O reconhecimento da autonomia destas literaturas conduziram-no a uma abundante actividade crítica".
Recessões criticas e comentários das obras nos seguintes links:
http://www.uea-angola.org/destaque_entrevistas1.cfm?ID=362
http://revistazunai.com/ensaios/francisco_manuel_soares_independencia_da_poesia.htm
http://www.triplov.com/cyber_art/francisco_soares/critica-teoria/index.htm nidade : o conceito e o pressuposto
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