Mota Yekenha nasceu no Município de Tchipeio, Huambo, a 27 de Fevereiro de 1962. Profundamente marcado pela religião católica, frequentou a escola primária da missão católica local, vindo a formar-se, posteriormente, em Filosofia e Teologia no Seminário Maior de Huambo. Yekenha apresenta-se como um exemplo mais vivo e convincente de alguém que profundamente arraigado aos usos e costumes da cultura africana rural, sobretudo ao nível da tradição, vivência e mágoas, tenha construído um projecto literário baseado na idiossincrasia deste povo. E, realmente, Yekenha, por imperativos ligados à sua profissão possui um conhecimento profundo da mundividência dos Ovimbundu que a procurou plasmar na sua obra.
De Mota Yekenha conhece-se apenas o romance Kambonha, publicado em 1992, com a chancela da Europress, que recebeu da crítica uma apreciação demasiado animadora. Pode ler-se na contracapa o seguinte: “Um romance novo de autor estreante, quase um prenúncio da História, claramente mais uma promessa afirmada da nova literatura angolana. É precisamente uma destas maneiras de crer, pensar e fazer que se tenta fazer em Kambongo. No atlas, desafio o leitor, não existe Kambongo. Nas cúpulas governamentais, tão pouco encontrará um PAIK; nas savanas jamais esteve Nikila-Ya-Luimbi. Multidões totalmente desprezíveis, que nunca as haja! Só como fragmentos de imaginação da vida. Uma metáfora dos jogos políticos e das – tantas! – guerras de Angola! Um romance de um autor angolano que imaginou a Esperança!
Excerto de Kambonha
"Nesse ano todos estavam vivos. Asseguravam que tinham suportado um longo pesadelo. Se fosse a recomeçar tudo de novo, fariam as coisas de maneira diferente, de outra maneira".
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